Mais
de 700 milhões de mulheres no mundo se casaram quando ainda eram crianças,
denunciou nesta terça-feira (22) a Unicef, que organiza em Londres uma
conferência sobre a luta contra os casamentos forçados e a mutilação genital
feminina.
A conferência, intitulada "Girl Summit 2014", é
co-organizada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, e é a primeira
deste tipo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Unicef.
Seu objetivo é conseguir apoios em todo o mundo para
colocar fim aos casamentos forçados e à ablação de clitóris, que atinge mais de
130 milhões de mulheres e meninas nos 29 países da África e do Oriente Médio
onde sua prática é mais frequente, segundo a Unicef.
A
cúpula redigirá uma "Carta Internacional" pedindo o fim destas práticas
e novos programas para prevenir os casamentos forçados e de meninas em 12
países em desenvolvimento.
Entre os participantes da conferência se encontra o pai
de Malala Yousafzai, a menina paquistanesa que sobreviveu a um ataque dos
talibãs e se converteu em militante a favor do acesso das meninas a escolas.
Segundo novos dados da agência da ONU, entre as 700
milhões de mulheres vítimas de casamentos forçados, mais de um terço (250
milhões) tinham menos de 15 anos quando se casaram.
Sobre as mutilações genitais, praticadas especialmente em
29 países da África e do Oriente Médio, a Unicef aponta uma melhora da
situação, afirmando que o risco para uma adolescente sofrer mutilação genital
diminuiu um terço em 30 anos.
"Mas sem ações imediatas muito mais intensas e
apoiadas por parte de todos os atores sociais, centenas de milhares de meninas
continuarão sofrendo ferimentos profundos, permanentes e totalmente
inúteis", advertiu a Unicef.
"As meninas não são propriedade de ninguém, têm
direito de escolher seu destino. Quando isso é feito, todos são
beneficiados", declarou o diretor-geral da Unicef, Anthony Lake, em um
comunicado.
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